E sorveu mais um gole do vinhozinho que caía tão bem naquela noite chuvosa. Amarrava um pouco, mas depois da terceira taça começou a lhe agradar. O disco era ótimo pra acompanhar. Nenhuma mulher cantará tão bem, tão sofrido e tão lindamente quanto a Lady Day. Lembrou daquele amigo que sempre falava isso. Lembrou da música do Gill-Scott Heron que falava dela, depois lembrou da "Sir Duke".
Da terceira pra quarta taça lhe bateu uma certa náusea, não alcóolica, mas existencial. Lembrou o Roquentin quando ouvia o jazz. Um dos seus livros preferidos.
Como em Sartre, na hora do jazz, naquela hora, tudo não fez mais sentido, e ao mesmo tempo, tudo se aquietou, numa calma avassaladora.
E desde então, Sophisticated Lady não lhe sai da cabeça.
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