
Desse dia lembro de algumas sensações: meus primos e meu irmão gritando o nome do Sócrates (que eu não conseguia falar direito), meu pai comentando o jogo com meu avô e eu com uma bandeira que tinha acabado de ganhar.
Lembro do Solito e do Biro-Biro também. Mas tudo é meio nebuloso na minha cabeça. Mas é daí minha primeira camisa do Corinthians, que tinha o número 8, o meu número e do dele.
Só agora que consigo digerir a última partida que vi no estádio, contra o Palmeiras, no Pacaembú, que deu o título ao Corinthians. Acordei de manhã com a mensagem de um companheiro corintiano, que me falava sobre a morte do Sócrates. Fiquei sabendo daquilo ainda na cama, antes de lavar o rosto. Puta tristeza.
Mas o nervoso para a partida final do campeonato contra o Palmeiras sublimou um pouco a tristeza até o minuto de silêncio, quando todos os jogadores levantaram o braço que nem ele fazia. A torcida também, como se fosse combinado, levantou o braço junto. Mais de 30 mil pessoas.
Eu chorava e tentava não soluçar, mas o pessoal do meu lado notou. Limpei rápido as lágrimas e quando o jogo começou todos berramos. Até o final.
Depois não poderia ter homenagem melhor ao Sócrates do que tomar uma cervejinha para comemorar. Tomar um porre.

Ídolo até o final.
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