sexta-feira, abril 28

Vela no breu

Ama e lança chamas. Assovia quando bebe. Canta quando espanta mau-olhado, azar e febre. Sonha colorido, adivinha em preto-e-branco. Anda bem vestido, de cartola e de tamanco.

Dorme com um cachorro, com um gato e um cavaquinho. Dizem lá no morro que fala com passarinho. Desde pequenino chora rindo, olha pra nada. Diz que o céu é lindo na boca da madrugada.

Sabe medicina. Aprendeu com sua avó, Analfabetina, que domina como só, plantas e outros ramos da flora medicinal. Com cento e oito anos nunca entrou num hospital.

Joga capoeira, nunca brigou com ninguém. Xepa lá na feira, divide com quem não tem.

Faz tudo o que sente.

Nada do que tem é seu.

Vive do presente.

Acende a vela no breu.

4 comentários:

Desconjumina disse...

mano,
preciso te mandar uns cds,
passe seu endereço de novo!
abrazzzzzzzz

Anônimo disse...

saudadonas!
depois te escrevo com mais calma, tenho mil coisas pra contar.
eu e o fuzili já somos íntimos.
beijos

Rodrigo Langeani disse...

Pulinho da viola, sempre tão necessário e verdadeiro!
abraço

Laio disse...

Vc não vai acreditar, mas ouvi o 'Memórias Cantando' hoje –pra começar a escrever aquele textinho pro blog...– e esse virou o meu CD preferido do Paulinho no momento.
Saudades e abraços.