Já que estamos falando de rankings de qualquer coisa, vou aqui mandar os 10 melhores filmes pra mim, outro desafio para o Mano Laio, em recuperação. Com um tempo chuvoso desse e pra quem vai passar fim de ano em São Paulo, aqui estão algumas opções pra locadora. Tentei não colocar os melhores filmes mais óbvios (como "Laranja Mecânica", "Morte em Veneza" e "O sétimo selo", que certamente estariam aqui, como estão em qualquer lista), e privilegiei os filmes que são os melhores pra mim. A lista já mudou depois da primeira versão. Fui lembrando de outros e acrescentei aqui.
Segura:
10º - A Noite, de Antonioni. Com o Marcello Mastriani e Sophie Moreau (se não me engano). O filme tem uma fotografia linda, de Milão nos anos 60, uma trilha sonora de jazzera (o filme é no esquema do "La Dolce Vitta", só que é melhor). Tem umas horas meio estranhas e sonolentas, mas está no ranking principalmente pelo seu final, quando a mulher relê uma carta que o próprio marido tinha escrito pra ela no começo do casamento deles (e o cara não se lembra) - aqui está. Animal.
9º - Alta Fidelidade. Filme meio B americano, não entrou no circuito pra valer. Baseado no romance do Nick Hornby, é sobre o dono de uma loja de discos que tem mania de fazer ranking pra tudo na sua vida (opa! qualquer semelhança é mera coincidência), e que fica cruzando sua vida, seus amores, com a música. Um filme com trilha sonora excelente. Trailer aqui.
O livro depois baseou aqui uma peça que chamava "A vida é feita de som e fúria", que ficou no Sesi um tempão, com atores ótimos, roteiro, história boa, montagem inovadora. Tudo a ver. Tinha colocado antes nessa posição o documentário "Garrincha, alegria do povo", que desceu pro meu top 20. Mas voltando ao assunto do circuito mais alternativo americano, tem outro filme que vale a citação e que eu adoro, que é o "Magnólia", de Paul Thomas Anderson. Filme total absurdo, mas lindo, lindo. Outros do underground americano que valem uma olhada são o "Os Excêntricos Tennebauns" e "Viagem a Darjeeling", de Wes Anderson.
8º - A primeira noite de um homem. Apesar da versão em português ser péssima (o original é "The Graduate"), o filme é muito bom. A trilha sonora original é do Simon e Garfunkel ("Mrs. Robinson", "The sound of silence", ...) e um monte de música incidental bacana, como o violão fazendo o barulho do carro morrendo, por exemplo. O filme na verdade fala daquela angústia que dá depois que a pessoa se forma e cai no mundo, sobre o que vai ser da sua vida (angústia que sempre continua). O cara (Dustin Hoffman bem novinho) tá excelente no papel. Perdidasso, sem rumo, sem nada- e faz da namorada perdida a sua única certeza. Excelente. O trailer aqui.
7º - Paul is dead. Filme que não chegou a entrar em cartaz por aqui, mas vi em uma mostra no Masp, faz uns anos. É de um diretor alemão que foi criado em São Paulo, chamado Hendrik Handloegten. O filme é excelente, é sobre um menininho no fim dos anos 70, começo dos 80, que vai descobrindo aquela história de que o Paul Mcartney teria morrido em um acidente de carro no auge dos Beatles e que um sósia teria o substituído. Sob a influência de um vendedor de discos ele aos poucos vai vendo os indícios disso nas capas dos Beatles e vai entrando nessa paranóia, até que o fusca branco da capa do Abbey Road (mesma placa e tudo) aparece na sua cidade, no interior da Alemanha e ele descobre que o dono do fusca é o seu professor de inglês!!!
A forma com que o filme é contada é super delicada e engraçada, bem representativo dos bons filmes alemães dos últimos tempos. A grande pena é que não dá pra ver mais o filme por aqui, nem em locadora. Parece que a família do Paul Mcartney está impedindo a sua exibição e distribuição.
Mais sobre o filme aqui. Antes tinha colocado nessa posição "Os irmãos cara-de-pau", mas esse saiu do top ten.
6º - Golpe de Mestre. Filmasso com Robert Redford e Paul Newman (uma dupla como Clooney e Pitt dos anos 70, mas bem melhor). Melhor exemplo daquele tipo de filme do golpe do bem (que já tinha sido feito pelo Sinatra e Rat Pack, e atualmente por filmes como "11 homens e 1 segredo", ou pelos argentinos em "Nove Rainhas"). Se passa nos anos 20, só com trilha sonora do Scott Joplin (compositor de Ragtime, estilo precursor do jazz). Aqui estão algumas cenas, com o fundo musical do "The Entertainer". Isso é que filme de armação!
PS: Tinha colocado antes nessa posição o "Curtindo a vida adoidado", que foi gongado depois da lembrança deste filme.
5º - Pulp fiction. Tarantino no seu melhor (apesar de ficar na dúvida se colocava esse ou o Kill Bill, também auge tarantinesco). Está aqui pelo roteiro, pela trilha sonora (principalmente a do All Green), com frases ótimas, estilo temporal indefinido (alguém chuta em que época se passa o filme?) e por ser todo recortado. Trecho sobre hambúrgueres!
4º - Play it again, Sam (não lembro do nome em português). Não queria colocar dois filmes do mesmo diretor e sei mesmo que esse nem é o melhor do Woody Allen, mas é um dos que eu mais gosto dele. É da fase em que ele ainda fazia comédia pastelão, e é sobre um crítico de cinema que só se dá mal com a mulherada. Tem o Humphrey Bogart perseguindo ele como se fosse um alter ego, que fica mandando ele xavecar de um jeito, e ele acaba se atrapalhando mais ainda. Muito engraçado (aqui uma parte do filme).
3º - Paris, Je t'aime. Pra mim esse tem razões óbvias para estar aqui. Na verdade ele é um conjunto de curtas de diferentes diretores sobre os arrondissements (bairros) de Paris. Se todos os curtas fossem tão bons quanto o sobre Montparnasse, 14º arrondissement, o filme estaria no topo da lista. Este curta sobre Montparnasse é narrado por uma turista americana lendo a redação de francês que ela escreveu sobre sua viagem a Paris, e termina com uma cena dela comendo um sanduba e se ligando sobre a alegria e a vida, bem no Parc Montsouris - que ficava de frente pra minha janela. Engraçado, delicado e emocionante. É pena que os outros curtas do filme (com exceção de um sobre o assassinato de um imigrante negão e do curta do Walter Salles) não consigam manter a mesma qualidade. Trailer aqui.
2º - Cidade de Deus. Pra mim o melhor filme nacional (depois vem o Terra Estrangeira, também ótimo). Fotografia animal e trilha sonora idem. Puta filme. Tá aqui o Zé Pequeno!
1º - Manhattan, Woody Allen. Obra-prima do cara. Todo em preto-e-branco, é sobre as relações do cara com o grande amor da vida dele: sua cidade. Os diálogos são muito bons, a história dos encontros e desencontros tem umas cenas lindas (quando como ele pensa, sozinho, o que vale a pena na sua vida), ou a abertura do filme, quando ele começa a tentar definir Manhattan. A trilha sonora é só de músicas de George Gershwin, tocadas pela Filarmônica de NY. Uma beleza só. Definitivamente é o meu filme preferido e é por isso que, ao contrário do ranking das músicas, com 11, esse pode ser um Top ten mesmo. Aqui o comecinho.
6 comentários:
Nossa, só assisti três filmes da sua lista :)
Podes crer De,
se quiser tenho alguns em dvd e te empresto (Manhattan, Blues brothers e primeira noite..)
é nóis
bjs!
Aliás, o Manhattan é o melhor remédio para isnônia depois do cinema francês. É bom até fazer uma cópia.
Quanto aos cartazes, com o tempo coloco. Mas dá um trabalho...
Qual a próxima lista? Jogadores de futebol ou basquete?
Abraço!
Mano,
acho que devemos começar com os de basquete. Mas vai pensando nos de futebol.
tudo nox!
bjds
mano,
tô com um dvd legal lá em casa "A vida dos outros" passado na alemanha oriental em 84. Se tiver afins é só passar lá em casa. tá devendo outra visita.
abrazz
puta, esse é filmasso memo.
faltei anteontem na visita, mas amanhã to pronto.
te ligo pra pegar o filme, fazer uma copiazim.
Bejund's
noi
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