segunda-feira, janeiro 2

Bonne année!!!!





Reveillon em Paris!!!! Coisa mais chique do mundo para os ouvidos de um latino-americano.

A experiência é única mesmo. Não foi a melhor passagem de ano que já tive, mas foi no mínimo muito engraçado. Bom, lá pelas tantas, depois de muitos queijinhos e vinhos em casa, segui de metro até San Michel (estação da Notre Dame) e de lá fui a pé pelas Margens do Sena até a ponte dos Invalides (que chama Alexandre III se não me engano, pra mim a mais bonita das pontes), bem pertinho do Campo de Marte parisiense (é engraçado, mas pra quem já andou pela Marginal, viu o Carandiru e já viajou pelo Tietê, falar Champ de Mars é bem mais chique non?).
Entao, cheguei lá bem em cima da hora, e tava realmente lotado embaixo da torre e no Campo já mencionado, e resolvi assistir tudo do Trocadéro, (logo em frente, que tem as fontes e uma escadinha com visao geral mais privilegiada).
Até chegar lá já faltavam uns 5 minutos para o novo ano, e nao conseguia me comunicar com Yann, com quem iria me encontrar para a passagem de ano. O ano veio sem o Yann mesmo e os fogos estiveram presentes, mas fogos das próprias pessoas que lá estavam, (com certeza sem nenhum planejamento público maior e limitado às iniciativas individuais). Para sermos bondosos foi a mesma quantidade de fogos do reveillon na Riviera de Sao lourenço. Os brasileiros do local fizeram barulho por todo mundo que lá estava e pelas 0h30 os lugares já se encontravam quase esvaziados, também pelo esforço de evacuaçao feito pelo forte contigente policial anti-terrorista de plantao (nao tao forte quanto à da minha experiência análoga no Times Square, em 2002).

Saindo do Trocadéro encontrei com o Yann, grande amigo francês mas que fala um perfeito português (com sotaque da Rebouças), e saímos andando, eu, Yann e seus amigos, e encontrando gente no caminho, amigos de amigos, juntando-se à nossa caminhada regada a champanhe frances e sem direçao, seguiram também um suíço e um argentino. Pela paixao em comum (o argentino torcia para o River, onde surgiu o cracasso corintiano Mascherano), conversei bastante com o amigo portenho, praticando meu sotaque de San Telmo.

E daí surgiu a atraçao da noite. Depois de no máximo uns três goles de champanhe, o suíço, amigo de amigos, começa a gastar suas cinco palavras em espanhol e português e pulando que nem um cabrito gritava: "Salsa!", "Anda!", "Brasssil!", "Viva!", e sempre olhando para nós (eu e o argentino) e alternando depois disso sempre um pulinho ou uma palma. Nós, já com sorriso amarelo, estávamos o tolerando pelo espírito de ano novo. Foi quando o tal do suíço cismou de abraçar e carregar e rodar uma menina que passava da rua (típica coisa de bebado chato né) e como já esperado desde o começo da estripulia, o suíço bêbado cai com a menina nos seus braços - mas uma queda olímpica, parecia um salto ornamental, só que sem a piscina. Graças a Deus a menina que nao tinha culpa nenhuma na história, nao se machucou. O suíço, em compensaçao, e sem querer usar o trocadilho, ficou com a cara mais furada que queijo (suíço, é claro).

Abriu o seu nariz ao meio, e o sangue jorrava sem parar. O tal do suíço estava tao louco, que quando todos fomos socorre-lo ele continuava gritando "andale!", "pasa", no melhor estilo Ligeirinho. E o mais sem-noçao era que dávamos guardanapos para que ele estancasse seu sangue e o suíço com a face estatelada ficava limpando o queixo, um dos únicos lugares que nao se abriu..

Bom, é claro que com a "Rota" francesa nas ruas, nao demorou muito para que os guardas parassem e socorressem o tal do suíço, e ali mesmo os bombeiros fizeram os curativos necessários.

No meio da caminhada durante a noite ainda paramos em uma casa de um amigo do amigo do amigo do amigo perto do Odeon, tomamos um poquinho de champanhe (que ninguém é de ferro) para recarregar as energias, e quando me vi já tava tocando violao no sofá da casa desconhecida, já lá pelas 2 da manha. Toquei uma música que ninguém entendeu e continuei seguindo a turma de andarilhos noturnos.

Voltei com o Yann e com o argentino de RER (nessa noite, e até as 13hs do dia 1o todo o transporte estava funcionando e de graça), e o argentino, na sua saída do trem disse uma frase que resumiu bem a noite, com a sabedoria de um chute de Carlitos em direçao às redes: "Estas noches, cuando empezan de esta manera, no sabemos como ellas van a terminar, nunca".

Curiosidade: só nessa noite, ao mesmo tempo em que tudo isso acontecia em Paris, 400 carros foram incendiados nos banlieu.

Feliz ano novo a tod@s!



Obs: Nas fotos, o champanhe às margens do Sena antes da festa; eu com os fogos da Torre e ofuscado pelo flash; e eu e Yann, que nessa hora já tava pra lá de La Defénse.

2 comentários:

Desconjumina disse...

hauuaahhuahua
que engraçado!!

sempre tem um suíço para fazer merda!!
bela foto!!

Anônimo disse...

Oi Santo!!! Foi no mínimo diferente o seu ano novo, né??
Tem gente que passa mal...
E o detalhe do sotaque... foi o melhor!! (hehe)
Bjs e feliz ano novo!!
Paty